Por que cachorros de raça adoecem com mais frequência? Saiba os motivos

As modificações genéticas têm grande influência na expectativa de vida dos cães de raça. Entenda o porquê e as doenças mais comuns nas raças

Pug no colo

Ter um cachorro de raça e com pedigree sempre foi um desejo de diversos brasileiros. No entanto, ao se pensar em ter um animal de raça é importante levar em consideração que muitos deles podem adoecer com frequência devido a diversas complicações genéticas que os acompanham.

Ao adquirir um animal de raça é importante colocar no papel os possíveis gastos que você terá com as idas ao médico veterinário, pois algumas raças podem ficar doentes sem aviso prévio. Além disso, o local e o clima de onde você vive também irá determinar a frequência que o cachorro ficará doente. Algumas raças não se adaptam bem ao clima quente e tropical que temos no Brasil.

Mas para você entender de maneira mais aprofundada esse assunto, vamos explicar de maneira detalhada neste artigo o real motivo que leva os cães de raça ficarem doentes com mais frequência. Além disso, vamos explicar quais as doenças mais frequentes de algumas raças populares no Brasil. Acompanhe até o final! 

Por que cachorros de raça adoecem com mais frequência?

Todos os problemas de saúde que os cães de raça desenvolvem, estão ligados a todos os processos de cruza genética que essas raças sofreram para conseguir alcançar uma característica física ou comportamental desejada pelos criadores. Ou seja, com tanta mistura genética, as raças acabaram desenvolvendo problemas genéticos por não ter passado por uma seleção natural, e sim por uma seleção feita pelos criadores.

O border collie, dachshund, beagle e o golden retriever, por exemplo, surgiram de cruzamentos específicos com o objetivo de ajudar os humanos em atividades como o pastoreio e a caça. Já o akita, king charles spaniel, chow chow e outras raças nobres, acabaram agradando a realeza e eles se presenteavam entre si com exemplares, buscando sempre uma raça diferente e nova. E todas as raças que hoje são oficializadas pelo American Kennel Club (AKC), passaram por esse processo. 

Sendo assim, esses cruzamentos trouxeram as características desejadas pelos criadores. No entanto, problemas genéticos e físicos das raças que foram utilizadas no processo, também foram passadas para os cães que conhecemos hoje. 

Um desses exemplos é o pug. Ao longo do processo de cruzamento, a raça acabou ficando com o crânio achatado, caracterizado como um animal braquicefálico e com diversos problemas respiratórios devido ao achatamento da cabeça. 

Mas existem alguns cães de raça que tendem a apresentar menos  ou até mesmo nenhum problema genético ao longo da vida, como por exemplo, os já citados golden retriever, border collie e até mesmo o husky siberiano. Essas raças podem sim apresentar problemas de saúde, mas no geral são raças fortes e saudáveis, podendo apresentar doenças apenas durante a velhice. 

Problemas genéticos comuns entre 6 raças populares

Dachshund

Também conhecido como salsichina, o dachshund chama atenção justamente pelo seu corpo alongado. No entanto, essa característica é a principal responsável pelos problema de saúde desse cãozinho. Devido a coluna alongada, esse pet pode apresentar lesões, hérnias de disco e até paralisias. Além disso, ele tende a sofrer com a obesidade, logo, a alimentação dele deve ser uma das prioridades do tutor.

Lulu da Pomerânia 

A raça foi eleita a mais popular do Brasil em 2019 pela Dog Hero. No entanto, a maioria dos tutores que adquiriram a raça não faziam ideia dos problemas de saúde que esse cãozinho pode apresentar ao longo da vida. Além do focinho achatado, o lulu da pomerânia pode apresentar muitos problemas oculares, como degeneração da retina, olho seco, catarata e até mesmo cegueira. 

Beagle 

Os beagles têm muitos problemas ligados à obesidade, logo, se não tiver uma dieta adequada, pode sofrer ainda com a diabetes. Mas infelizmente os problemas não param por aí, eles podem ter epilepsia, um transtorno cerebral que causa fortes convulsões. O tutor que adquire essa raça precisa estar ciente que as idas regulares ao médico veterinário são essenciais.

Rottweiler 

Essa é uma raça muito querida por boa parte dos brasileiros. Eles geralmente têm problemas ligados ao tamanho. Logo, podem apresentar displasia do cotovelo e artrite são os principais problemas observados nos exemplares da raça. Além disso, a hereditariedade pode trazer problemas cardíacos, como a malformação do coração. E o rottweiler não é um cachorro com uma expectativa de vida alta, logo, ele pode viver entre 8 a 10 anos.

Shih tzu

Outra raça muito querida dos brasileiros! O shih tzu pode sofrer com doenças oculares e renais de origem hereditária. As oculares são úlcera de córnea, atrofia da retina e olho seco. As renais são má formação dos rins e pedras nos rins. Esse cãozinho também pode sofrer com o deslocamento de patela, logo, o tutor precisa ter cuidado durante os passeios e brincadeiras. 

Buldogue francês 

Esse cachorro também é um animal braquicefálico, o que o faz apresentar problemas respiratórios parecidos com os do pug. Tome muito cuidado para que seu buldogue francês não sofra com a hipertermia. A hemofilia, função anormal de plaquetas no sangue, também pode afetar esse animal, causando dificuldade de coagulação e hemorragia interna e externa. Além disso, ele não é um animal que vive bem em climas quentes, todo cuidado é necessário com essa raça.

Doenças comuns entre cachorros de raça

Displasia do cotovelo

Essa doença se refere as más-formações nos cotovelos de cães. As raças que podem apresentar o problema são: boiadeiro bernês, terra-nova, mastim napolitano, são bernardo, labrador retriever e outras raças de porte grande ou gigante.

Dermatites

As dermatites são alergias na pele comuns, que levam a vermelhidão e coceiras.  A doença é comum nas raças: chow chow, bull terrier, fox terrier, husky siberiano e outras raças de pelo curto.

Doença hepática veno-oclusiva

Caracterizada pela obstrução de pequenas veias ligadas ao fígado. Cães da família terrier e também o pug costumam apresentar a doença com mais frequência.

Cardiomiopatia dilatada

A doença ocorre quando o músculo do coração, com o passar do tempo, fica mais fino e enfraquecido. Raças como doberman, mastim napolitano e o rottweiler podem apresentar com facilidade o quadro.

O vira-lata como uma opção

Os cães sem raça definida (SRD) podem ser uma boa opção para quem não deseja gastar muito com médico veterinário. Os vira-latas apresentam poucos problemas de saúde, pois são fruto de uma seleção natural ao longo da história.

Como eram criados por pessoas mais pobres e não pela realeza, os vira-latas quando ficavam doentes, não eram levados ao veterinário e logo acabavam morrendo e não passavam a frente os problemas genéticos. Com isso, só sobreviviam os cães mais fortes e saudáveis. Por isso, os SRD são mais fortes e apresentam uma longa expectativa de vida. Além disso, adotar um cão é uma excelente opção. Pense nisso e boa sorte!

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